recomendações comentadas #1
descobrindo o seu texto | palavras do gabo | agronejo, o ritmo | o reinado das uvas no mundo vinífero
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Esta é a primeira edição do recomendações comentadas, um post periódico de tudo o que eu tiver encontrado de interessante nas semanas mais recentes. Em julho, serão duas edições, mas a partir de agosto, será uma vez por mês. Isso implica em mexer na data de publicação da entrevista (em português), algo que ainda não resolvi. Vou manter estas edições bem breves – a ideia é que você consiga lê-las em menos de cinco minutos.
DESCOBRINDO O SEU TEXTO
encontrei esse link na newsletter Tira do Papel.
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Um dos exercícios que costumo indicar para destravar o texto é usar o gravador ou o recurso de ditar o texto para o computador. O autor e desenhista Austin Kleon preconiza o mesmo:
Independentemente da tecnologia que você usa, o método é: grave-se pensando em voz alta e, depois de transcrever tudo em um rascunho, edite-se lendo em voz alta.
Este método ajuda tanto a encontrar a cadência de ideias quanto a compreender quais são os pontos da sua narrativa em que você dá mais ênfase. Também "aparecem" com mais clareza os recursos literários "nativos" da sua forma de narrar (ou seja, seu estilo): as figuras de linguagem, os exemplos escolhidos para ilustrar, as referências usadas e como você passa de um ponto a outro da narrativa.
PALAVRAS DO GABO
Comecei a ler despretensiosamente a coletânea de textos de Gabriel García Márquez, O escândalo do século, organizado por Jon Lee Anderson. Logo nas primeiras páginas da Nota do Editor – Cristóbal Pera –, encontrei essa pepita que resume a boa narrativa, seja ela sobre o que for:
(...) ao mesmo tempo, García Márquez escrevia sua obra de ficção empregando os recursos de sua profissão de jornalista, como disse numa entrevista: "Mas esses livros têm tal quantidade de investigação e comprovação de dados e rigor histórico, fidelidade aos fatos, que no fundo são grandes reportagens romanceadas ou fantásticas, porém o método de investigação e de manejo da informação e dos fatos é de jornalista."
Estou incluindo esta passagem no material do curso Como Escrever Sobre Comida. A nova turma, aliás, está prevista para setembro (daqui uns 45 dias, portanto). Enviarei um post com as informações no próximo mês, pela seção AGENDA desta newsletter. Garanta o recebimento clicando aqui e verificando se a caixinha AGENDA está selecionada, caso contrário, você não receberá a atualização.
AGRONEJO, O RITMO
Há algumas semanas li um artigo de análise de letras musicais do agronejo, escrito por GG Albuquerque. Terminei de ler pensando "gostaria de ter escrito isso", o que seria impossível, pois não entendo de música. O primeiro parágrafo estabelece o contexto mui precisamente:
Não é nenhum segredo ou novidade que a indústria da música sertaneja tem um forte vínculo com o agronegócio. Em outubro de 2020, Gusttavo Lima recebeu um cachê de R$ 1,5 milhão para cantar na live Embaixador no Agronegócio, transmitida de uma enorme fazenda de soja no Mato Grosso. Ainda em 2018, Paulo Cesarino, dono do estúdio Up Music (que possui mais de 20 anos de atividade e já gravou artistas como Michel Teló e o próprio Gusttavo), deu o papo sobre essas relações entre o agro e os sertanejos: "A alta do PIB agropecuário está ligada ao crescimento da música sertaneja no Brasil. Como o sertanejo vive de vender músicas nas feiras agropecuárias, foi privilegiado", disse em entrevista à Folha de S. Paulo.
Leia o texto completo. GG Albuquerque alimenta o perfil O Volume Morto e publicou o artigo acima em junho no site Ihateflash.
O REINADO DAS UVAS NO MUNDO VINÍFERO
[em inglês – use a opção 'traduzir página' do seu navegador]
Esta entrevista da newsletter GastroObscura foi uma dica do Giovanni Bello, ex-colega da faculdade de jornalismo. O editor, Alex Mayyasi, entrevista Keith Bodine, da Sweetgrass Farm Winery, no estado do Maine, nos EUA, para entender o motivo de a uva reinar soberana no mundo da vinificação. Um trecho que me divertiu:
— Que tipo de programas de melhoramento, educação ou qualquer outra coisa precisaria acontecer para ter uma grande indústria vinícola baseada em outra fruta?
— Todas as uvas do mundo teriam que morrer.
Mas afinal, por que as uvas são a fruta preferida para fazer vinho? Resposta curta e simplória: sua riqueza em açúcar. Para a resposta longa, leia o texto.
Até a próxima edição de recomendações comentadas, no dia 27 de julho!